Evento online avalia o ensino do Holocausto no Brasil

O Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa promoveu evento online sobre o ensino do Holocausto no Brasil e para discutir iniciativas na América Latina contra a negação da Shoá, o crescimento de grupos neonazistas e a propagação de discursos de ódio.

A abertura foi de Eduardo Granzotto e a mediação de Clarita Costa Maia. Ministraram palestra os especialistas: Julián Schvindlerman, Silvia Rosa Nossek Lerner, Carlos Reiss, Flávio de Leão Bastos Pereira, Rebeca Serrano e Heitor Loureiro.

A professora Clarita Maia, que coordenou e conduziu o evento, explicou que o encontro foi pensado a partir da constatação de que, no Brasil e em outros países, o Holocausto e os acontecimentos que culminaram com a Segunda Guerra Mundial estão sendo abordados de forma superficial no sistema educacional.

As novas gerações e futuras lideranças, segundo avaliou a professora, estão cada vez mais distantes do período da Segunda Guerra e, sem o relato presencial de testemunhas e sobreviventes do Holocausto, fica difícil apresentar a elas os fatos ocorridos e criar a empatia necessária com a tragédia humana decorrente do nazismo, sob o risco de, com isso, subestimar o perigo potencial de ideologias e discursos, de forma aberta ou velada, de ódio, racistas e autoritários.

Segundo a professora, também o crescimento vertiginoso de células neonazistas no Brasil nos últimos anos pode ser decorrente da falta de informação sobre os fatos, o que explicaria o espaço para o surgimento de versões facciosas, ideologizadas e oportunistas. Segundo afirmou, os oportunistas se valem da falta de informações qualificadas e da ação de movimentos de revisionismo histórico sobre a Segunda Guerra que avançam em suas teses porque encontram terreno fértil entre pessoas que necessitam criar para si próprias narrativas de superioridade pessoal.

No encontro, foram discutidas iniciativas de educação sobre o Holocausto, como o Guia de Políticas para a Educação sobre o Holocausto, lançado em 2019 pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a Rede Latino-Americana para o Ensino da Shoá (LAES), criada em 2020. Fazem parte dessa rede o Museu do Holocausto de Curitiba, Museo del Holocausto de Buenos Aires, Museo Interactivo Judío de Chile, Museo de la Comunidad Judía de Costa Rica, Centro de Ana Frank y Centro de Estudios del Holocausto de Guatemala, Museo Memoria y Tolerancia de México, Fundación Emet de Panamá, Centro Educacional Holocausto y Humanidades, que faz parte do Museo Judío del Perú, e o Museo de la Shoá de Uruguay.

Assista ao evento: acesse.