Aos 100 anos, sobrevivente do Holocausto recebe prêmio

Margot Friedländer foi condecorada com o “Prêmio Walther Rathenau” por sua contribuição para fazer com que o Holocausto nazista jamais seja esquecido.

Durante cerimônia em Berlim, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, honrou a coragem de Friedländer, bem como sua dedicação em compartilhar sua história com os jovens: “Desde seu retorno, a senhora tem sido incansável em contar sua história de vida, em trabalhar pela democracia e pelos direitos humanos e na luta contra o ódio e todas as formas de antissemitismo e preconceito. Nossa democracia precisa de mais pessoas como você”. Ele acrescentou: “Me enfurece o quão descaradamente o antissemitismo está mais uma vez levantando a cabeça em nosso país, nas ruas, nos pátios das escolas, na internet”.

Friedländer nasceu e foi criada em Berlim. Ela e sua família foram perseguidas pelos nazistas por serem judeus. Sua mãe e irmão foram assassinados no campo de concentração de Auschwitz. Seu pai também foi morto.

Ela se escondeu em Berlim por 15 meses, mas acabou sendo capturada pelos nazistas e enviada para o campo de concentração de Theresienstadt. Lá conheceu o marido – ambos sobreviveram ao nazismo.

Em 1946, o casal mudou-se para os Estados Unidos, onde viveu por décadas. Friedländer ficou viúva em 1997 e, em 2010, aos 88 anos, resolveu retornar a Berlim.

Na Alemanha, Friedländer começou a falar regularmente em escolas e organizações sobre a perseguição nazista e suas experiências durante o Holocausto.

Ela já foi agraciada com várias homenagens. Retratos foram pintados, bustos foram lançados e sua saga tem sido contada em exposições, filmes, livros e até em história em quadrinhos. A Fundação Schwarzkopf, criada para capacitar jovens a se engajarem na política, fundou, em 2014, um prêmio anual em sua homenagem.

A jornada de Friedländer em Berlim foi registrada em uma trilogia de documentários feitos por Thomas Halaczinsky, um cineasta alemão que vive em Nova York. Friedländer também escreveu um livro de memórias, intitulado “Tente viver sua vida”.