“A História não se repete, mas os métodos de manipulação, sim”, diz pesquisadora alemã

A franco-alemã Géraldine Schwarz mergulhou na história de sua família na busca de elementos para a compreensão do presente. Na Alemanha da Segunda Guerra Mundial, seus avós paternos, Karl e Lydia, habitantes de Mannheim, aderiram ao Terceiro Reich, não por ideologia, mas por oportunismo. Na França, seu avô materno, Lucien, atuou como gendarme em Mont-Saint-Vincent, sob a República de Vichy, regime colaboracionista do nazismo. Os avós, segundo ela, estão incluídos na categoria dos Mitläufer, definidos como aqueles que “seguem a corrente” e que aderiram ao regime nazista por conformismo e não por convicção.

Suas pesquisas resultaram no premiado ensaio “Os amnésicos” (edirota Flammarion), uma narrativa cruzada entre seu passado familiar, o papel exercido pelas populações nos regimes totalitários e o trabalho de memória realizado nas sociedades europeias do pós-guerra. Para ela, o fenômeno do Mitläufer pode ser notado na adesão de indivíduos a diferentes formas de populismos contemporâneos, Brasil incluído. Schwarz defende a memória como um dos instrumentos mais eficazes para a proteção da democracia e alerta para a ameaça dos extremismos na Europa do século XXI.

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