Yad Vashem vai inaugurar centro subterrâneo para abrigar documentos e objetos do Holocausto

Em Yom Hashoá (dia 01 de maio) uma nova estrutura climatizada de 5.880 metros quadrados será inaugurada no Yad Vashem, em Jerusalém, para abrigar os mais de 210 milhões de documentos, 500.000 fotografias, 131.000 testemunhos de sobreviventes, 32.400 objetos e 11.500 obras de arte nas coleções do Yad Vashem que testemunham a história dos que perderam a vida e dos sobreviventes do genocídio dos nazistas.

“Os nazistas estavam determinados não apenas a aniquilar o povo judeu, mas também a destruir sua identidade, memória, cultura e herança”, destacou o presidente da Yad Vashem, Avner Shalev. “Para muitos, tudo o que resta é uma obra de arte preciosa, um objeto pessoal que sobreviveu com eles, uma fotografia de família, um diário ou uma simples carta. Ao preservar esses itens preciosos – que são de grande importância não apenas para o povo judeu, mas para toda a humanidade – e expô-los ao público, eles serão a voz das vítimas e dos sobreviventes, e servirão como uma memória eterna”.

O Yad Vashem foi fundado em 1953. Hoje, seus arquivos estão lotados de documentos e corriam o risco de se deteriorar pela ação do tempo e pela falta de um ambiente adequado para manter a conservação. O aumento do número de documentos é, em parte, devido a uma campanha de oito anos – “Gathering the Fragments” – que incitou o público a doar ao museu objetos relacionados ao Holocausto.

O museu também pretende “simplificar o processo de recebimento, preservação e catalogação de itens coletados com o objetivo de torná-los acessíveis ao público”. Além de espaços climatizados mais amplos para o armazenamento de documentos, o centro incluirá laboratórios de preservação de alta tecnologia, que aparentemente serão acessíveis de alguma forma aos visitantes. De acordo com um porta-voz do Yad Vashem, há outras mudanças previstas, como uma reforma em seu auditório e a inauguração de um novo espaço para famílias e crianças.

A construção e o restauro em toda a área do museu devem estar concluídos até o verão de 2021. Segundo o Yad Vashem, o financiamento está garantido para a maior parte do projeto. O instituto afirma estar confiante de que conseguirá o restante da verba necessária para concluir o projeto. “O Holocausto é uma história muito particular, com um profundo significado universal”, enfatiza Shalev.