Polícia Federal prende líder de grupo radical por crime contra judeus

Tupirani da Hora Lores, líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, foi preso por crimes de racismo, dentro da “Operação Rófesh”. Rófesh, em hebraico, significa liberdade, “fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão”.

Em um culto gravado e difundido em junho de 2020, Tupirani afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”.

Além dos crimes de racismo e ameaça, ele responderá por incitação e apologia de crime. Caso seja condenado, poderá cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

A operação foi coordenada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal.

Em nota, a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro parabenizou o trabalho da polícia e disse que a aplicação é fundamental para conter esse tipo de crime.

“É a certeza da aplicação da lei contra o racismo que poderá em um primeiro momento conter esse mal que alicerça o ataque a segmentos historicamente discriminados. Em outra vertente, a educação para que as gerações futuras não mais reproduzam o racismo”.

A Confederação Israelita do Brasil também se manifestou a respeito da prisão.
“Quem pratica o crime de racismo não é só aquele que pratica diretamente, é também aquele que incita a prática da discriminação. Ele influencia seus fiéis, influencia seus seguidores na internet a cometerem também essas práticas racistas”, diz a nota.

Tupirani foi o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa. Em junho de 2009, ele e um discípulo chegaram a ser presos pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática da Polícia Civil do RJ.