Neonazistas recorrem a games e memes para recrutar crianças

O envolvimento de jovens em movimentos nazistas faz parte da própria história da ideologia. Mas, no século 21, entidades clandestinas têm usado justamente as novas tecnologias, e até games para seduzir crianças. Isso é o que revela uma nova investigação conduzida por relatores da ONU que aponta para o fato de que o apoio à ideologia nazista no mundo está cada vez mais jovem e violento, principalmente na Europa e na América do Norte.

O documento, preparado pela relatora Tendayi Achiume, indica como esses jovens são vistos pelos grupos extremistas como “impressionáveis, sozinhos, marginalizados e buscando um buscando um sentido de identidade”. Muitos, segundo a investigação, não têm a capacidade de distinguir entre verdade e informação falsa, o que os torna ainda mais vulneráveis.

Nos anos 1930, eram programas de rádio, acampamentos e escolas que garantiram a atração desses menores à Juventude Nazista. Dezenas de ligas foram criadas pela Alemanha com a finalidade de formar bases para a sobrevivência do modelo. A partir de 1936, meninos e meninas passaram a ser incluídos em grupos nazistas de forma compulsória.

“Hoje, grupos de ódio usam estratégias similares em seu modelo de recrutamento”, alerta o documento da ONU. Mas, agora, contam com a tecnologia. O editor de um destes sites afirmou que ele foi “projetado principalmente para atingir crianças”, com o objetivo de radicalização. Para atrair crianças, esses sites incorporam música, atividades, jogos e personagens de desenhos animados. Alguns sites de ódio apresentam-se como sites educacionais e são preenchidos com informações falsas e interpretações intencionalmente distorcidas de trabalhos acadêmicos confiáveis. Além disso, os grupos de ódio frequentemente empregam memes como um meio de levar as crianças a compartilhar crenças racistas.