Martketplaces retiram de suas prateleiras virtuais o livro “Minha Luta”, de Hitler

Amazon, Americanas, Submarino, Shoptime e Carrefour estão entre os martketplaces em atuação no Brasil que retiraram de venda o livro “Minha Luta”, de Hitler. O Google também eliminou as tags referentes ao livro de seus resultados de buscas.

Tanto na busca do Google quanto nas marketplaces, ao se digitar os

nomes dos livros, as respostas trazem obras que até fazem referência

àquela escrita pelo ditador líder do nazismo há quase 100 anos. Mas

os resultados referentes ao livro em si desapareceram.

Desde que a obra se tornou de domínio público, em 2015, 70 anos após a morte do ditador, iniciou-se uma discussão sobre a importância histórica dos escritos versus o grau de nocividade de seu conteúdo. O UOL ouviu especialistas em direito e também representantes da comunidade judaica.

Todos foram unânimes em afirmar que, apesar da comercialização não ser proibida no Brasil, com exceção do Rio de Janeiro, onde existe lei específica proibindo a obra, a livre circulação de “Minha Luta” sem um escrutínio prévio deveria ser debatida com seriedade.

O UOL questionou as empresas que operam como marketplaces no Brasil sobre a presença do livro de Hitler em suas operações comerciais e as implicações éticas e morais que o caso incita. A Amazon, uma das primeiras a retirar o livro de suas prateleiras digitais, afirmou em nota:

“Como vendedores de livros, oferecemos aos leitores acesso a uma variedade de pontos de vista, incluindo títulos que cumprem um importante papel educacional na compreensão e prevenção do antissemitismo. Todos os varejistas tomam decisões sobre qual seleção eles escolhem oferecer e nós não tomamos decisões de

seleção levianamente. Os títulos em questão não estão mais disponíveis”.

Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), comemorou a postura das grandes empresas.

“Saudamos a decisão de vários dos principais marketplaces de interromperem a venda do livro “Minha Luta”, de Adolf Hitler. Esta é uma obra que incita o ódio e foi a cartilha utilizada pelos nazistas para o assassinato de 6 milhões de judeus e outras minorias consideradas impuras. “Esperamos que, em breve, tenhamos todos a consciência de que textos como este precisam ser definitivamente eliminados e que todos possam ser respeitados por sua identidade”.