Israelenses desenvolvem técnica pioneira para tratar o câncer de bexiga

Especialistas do Instituto de Saúde Rambam, em Haifa, desenvolveram uma técnica que pode eliminar o câncer de bexiga através do congelamento das células cancerígenas.

Os médicos afirmam que o método tem grande potencial para reduzir o sangramento, o risco de infecção e a dor e longas internações. O procedimento foi realizado em quatro pacientes, que receberam alta em pouco tempo e sem efeitos colaterais. Nas próximas semanas, eles serão monitorados para ver se o procedimento foi capaz de eliminar o câncer.

“Estamos pulverizando CO2 líquido em vez de cortar o tumor, um processo que causa cicatrizes em tecidos saudáveis”, explicou o médico Isaac Hoffman, responsável pela operação. “Estamos muito felizes por termos conseguido congelar o tumor, depois do qual as células cancerosas morrem sem que precisemos cortá-las”.

Com os métodos atuais, os pacientes com câncer de bexiga estão frequentemente sujeitos à recorrência, mas Hoffman disse que espera que a terapia de congelamento remova as células cancerosas de forma mais eficaz e reduza a possibilidade de a doença voltar.

Ele observou que a crioterapia – o uso de frio extremo para congelar e remover tecido anormal -, não é nova e é usada em vários tipos de câncer. Mas, até agora, os médicos não foram capazes de usá-lo no câncer de bexiga, que afeta mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo, por causa da natureza dos tumores. “Normalmente, os tumores são congelados pela injeção do agente de congelamento usando agulhas, mas isso não pode ser feito com o câncer de bexiga”, afirmou.

Uma empresa israelense, a Vessi Medical, desenvolveu o processo para adaptar a crioterapia para o câncer de bexiga, que depende do uso de um spray especialmente desenvolvido para administrar o agente de congelamento.

Depois de pulverizado, o gelo se forma entre e dentro das células cancerosas, sem prejudicar os músculos da bexiga. Hoffman comentou: “Acreditamos que haja vantagens para o paciente. No procedimento comum, após a incisão, normalmente é necessário deixar um cateter inserido, o que pode causar dor e risco de infecção do trato urinário. Portanto, estamos reduzindo esses riscos”.