Historiador Ronaldo Vainfas é o convidado do projeto “2as Intenções”

Com a expulsão ou conversão forçada dos judeus em Portugal, em 1497, e a implantação da Inquisição em Portugal, em 1536, muitos fugiram da península, refugiando-se em “terras de liberdade”. O primeiro foco foi o Mediterrâneo e as terras ibéricas na América, África e Oriente, nos séculos XV e XVI.

O segundo foco foi o norte europeu, no século XVII, em especial os Países Baixos calvinistas. Amsterdã passou a ser chamada pelos sefarditas de “Jerusalém do Norte”. Uma boa parte desses cristãos-novos retornou ao judaísmo, que ali se permitia, mas eles conheciam pouco de suas tradições ancestrais. Estavam afastados, como cristãos-novos, há mais de um século do judaísmo tradicional.

O historiador argentino/israelense Yosef Kaplan os designou como “judeus novos”, judeus sem judaísmo. Os que chegaram muito jovens puderam se adaptar ao ambiente judaico, ao contrário dos mais velhos. Os dilemas identitários desses “judeus de Holanda” não cessaram ao aportarem no Brasil. Ao contrário, se exacerbaram, sobretudo nas relações com os cristãos-novos naturais da terra. Toda essa diáspora dentro da diáspora dos judeus portugueses e suas metamorfoses identitárias, pouco conhecidas, serão contadas pelo historiador Ronaldo Vainfas, mestre pela UFF, doutor pela USP e autor de livros sobre Brasil Colonial e Inquisição.

Dia 19/12, às 21h: acesse.