Economista Ilan Goldfajn recebe o “Prêmio Faz Diferença 2018”

Ilan Goldfajn recebeu o “Prêmio Faz Diferença 2018/Economia”, instituído pelo O Globo. E agradeceu: “É uma satisfação receber esse prêmio, que, acredito, esteja valorizando a inflação controlada e os juros básicos na mínima histórica. São muito além de uma conquista individual, mas sim conquistas da sociedade brasileira, que deseja crescer de forma sustentável e ter mais empregos. Essa premiação tem de ser compartilhada com todos que me acompanharam nessa empreitada, como os dirigentes e servidores do Banco Central, os companheiros de governo, a minha família e amigos”.

Justificativa: Ao assumir a presidência do Banco Central, em junho de 2016, Ilan Goldfajn tinha uma missão árdua. Era preciso reduzir a inflação, então em dois dígitos, e liderar uma autarquia que sofreu críticas na gestão anterior. Ele conseguiu: o IPCA, índice usado oficialmente pelo BC, encerrou o ano passado a 3,75%, abaixo da meta, de 4,5%. Ilan também levou a taxa básica de juros do país, a Selic, a seu menor patamar histórico, de 6,5%.

Sua atuação também foi reconhecida internacionalmente: por duas vezes, foi escolhido o melhor presidente de um banco central do mundo, além de ter sido eleito o melhor da América Latina.

Antes de Ilan assumir o BC, o IPCA havia atingido 10,67% no fim de 2015, muito acima da meta estabelecida, de 4,5%. A forte recessão e o desemprego ajudaram a segurar a inflação, mas a credibilidade do novo presidente do BC foi decisiva, e Ilan conseguiu ancorar as expectativas do mercado.

Atualmente, o mercado projeta IPCA de 4% no ano que vem e de 3,75% em 2021: exatamente as metas fixadas pela equipe econômica. O presidente do BC também buscou a queda dos juros cobrados dos consumidores, um processo ainda em andamento. Foram adotadas medidas como a regulamentação das fintechs (start-ups do mercado financeiro). Os bancos, no entanto, argumentaram que a elevada inadimplência impede uma redução nas taxas.

Ilan foi sondado pela equipe econômica do governo Jair Bolsonaro para permanecer no cargo, mas declinou. Em março, ele será substituído pelo economista Roberto Campos Neto, que estava no Santander. Campos Neto levará adiante outra bandeira de Ilan: a autonomia do BC, que ainda não foi votada no Congresso.