Casal de Auschwitz se reencontra após 72 anos

David Wisnia, de 17 anos conheceu Helen Spitzer, de 25 anos, em 1943, em Auschwitz. A partir daí, passaram a se encontrar constantemente durante alguns meses. Mesmo sabendo que a morte estava em todo lugar, planejavam uma vida juntos. Eles sabiam que seriam separados, mas tinham um plano, após o fim da guerra, para se reunirem.

Algum tempo após o fim da guerra, Wisnia escutou de um ex-companheiro em Auschwitz que Tichauer estava viva e recebia atualizações dela por meio de um amigo em comum. Ao mesmo tempo, sua família cresceu – ele teve quatro filhos e seis netos.

Em 2006, ao compartilhar a história dos dois com sua família, seu filho, que agora é um rabino em uma sinagoga em Princeton, Nova Jersey, iniciou o contato para ele. Quando Wisnia e seus netos chegaram ao apartamento de Tichauer em Manhattan, eles a viram deitada em uma cama de hospital, rodeada de estantes cheias de livros. Ela estava sozinha desde a morte de seu marido, em 1996, e eles nunca tiveram filhos. Com o passar dos anos, presa à cama, ela desenvolveu cegueira e surdez. Em um primeiro momento, ela não o reconheceu. Então, Wisnia se aproximou.

“Seus olhos arregalaram, como se a vida estivesse de volta dentro dela”, afirmou Avi Wisnia, neto de Wisnia. “Todos nós ficamos surpresos”. O reencontro durou cerca de duas horas. Ele finalmente perguntou: ela tinha algo a ver com o fato de que ele conseguiu sobreviver em Auschwitz? Sua voz saiu alta, com o sotaque eslovaco carregado. “Eu te salvei cinco vezes de remessas ruins”.

“Eu sabia que ela tinha feito isso”, disse Wisnia a seus netos. “É absolutamente Incrível”. E havia mais. “Eu estava esperando por você”, disse Tichauer. Após ela ter conseguido escapar da marcha da morte, ela o esperou em Varsóvia. Ela seguiu o plano. Mas ele nunca apareceu.

Wisnia e Tichauer nunca mais se viram de novo. Ela morreu em 2018, aos 100 anos.